SIMPÁTICA

Minha senhora simpática

de olhos grandes

de cor morena

de jeito bom como de minha mãe

Vem e limpa este ambiente

e festeja comigo este momento

momento claro

de brancas nuvens

de felicidade

A minha cidade,

Minha senhora !!

Está distante daqui...

e os seus cabelos encaracolados,

me fazem lembrar de la

Daquela estrada,

cheia de curvas...

De minhas doces irmãs

tão dedicadas,

trabalhadeiras,

como você.

Minha senhora!

A adolescência se foi..

A juventude acabou.

já estou na meia idade,

e longe da minha cidade,

mas ainda posso ser feliz,

Seu sorriso é quem diz...

MARIAZINHA DO NICÉRIS

Mariazinha do Nicéris;

tão mariazinha...

tão do Nicéris...

Tem uma casinha,

na beira da estrada.

Mas sua estrada,

interrompeu

ele morreu ,

Mariazinha vai a igreja,

e vive sozinha.

Talvez carente, adora a Deus.

E nas manhãs sempre bonitas,

as vezes aflita pela função ;

olha para o céu,

os pés no chão,

reza à deus,

canta canção,

vai para a vida:

tão mariazinha,

tão do nicéris,

tão solidão!!

DONA JOVINA

Fina, dona Jovina:

tão pequenina, tão coração...

Fina , dona Jovina:

ficou aqui, não partiu não...

Seu olhar , tão carinhoso;

seu jantar, tão gostoso.

Tão suave era sua jornada,

como era boa a sua chegada.

CAMILA, MEU AMOR

Teus olhos, teu sorriso, são pétalas de flor

A cor e a magia estão sempre em seu olhar

Ser teu pai é benefício

Que a natureza me legou

Uma força veio do céu para ensinar eu e você

E não importa se doeu, pois  dor rima com amor

Sei que tudo vem de Deus, foi você que me ensinou

E se um dia eu desacreditar, você ele me trará

Porque ele habita em ti, isto ninguém pode duvidar

Minha filha tão querida, hoje a lua me falou

Que nada é mais importante, que você e seu irmão

Sei que o doce desta vida é poder olhar em ti

E sentir toda esta força que me faz emergir

Cada dia que renasce é um barco a passar

Cada barco traz uma carga, cada carga uma missão

Somos todos mensageiros, companheiros a navegar

O destino não importa, haveremos de chegar

No fim desta viagem, o sol espera por nós

Eu, voce , seu irmão e quem mais acompanhar

O céu é nosso limite,  a noite sempre amanhece

Se o dia escurece é para o sol ser mais bonito

Haveremos de chegar, nosso destino é ser feliz,

Pois a festa continua, foi só um intervalo para pensar

A estrada é florida, as pedras são para desviar

E no ponto de chegada , um grande palco nos espera

E haveremos de cantar, antes que chegue a primavera.

MINHA TURMA

vai valter...

vai boiadeiro...

índio cantor...

pedro caiçara...

vai zé coronha...

e o joão Barbudo...

Vai dona antônia,

Vai pedro sato,

Vai dorvalina,

Vai nicanor.

A vida é esta,

e a  mola é mestra.

É um pacote de passarinhos,

alguns sem ninho, alguns sem chão,

uns tem barraco, todos sertão.

SEU MOÇO

Seu moço, desculpe o alvoroço,

ao ouvir esta canção.

Seu moço, talvez imagine,

que eu esteja muito velho,

para sofrer de amor.

Mas, seu moço ontem mesmo chorei,

por um amor muito grande que eu deixei.

E talvez a minha vida fosse outra,

Se eu não tivesse largado na esquina,

aquela menina traquina

que não conquistei.

Seu moço, desculpe o alvoroço.

vou sentar aqui no canto e ouvir,

esta canção.

Ela traz muita saudade,

é a pura imagem,

de um amor muito grande que eu deixei.

ÍDOLOS

Elis ,Caetano, Francisco,

Djavan – rei magnífico,

meu imperador Vinícius,

e  grande rei Tom!

Me socorram estou afundando,

num imenso mar de lama,

cercado pela fama,

desta gente ignorante.

Querem falar de poesia,

mas é tudo hipocrisia.

Iludem a multidão,

vendem bosta por canção.

E nestas letras vazias,

nem parece alegria,

esta coisa que eles têm,

de querer ganhar vintém,

daqueles que menos têm

ROTINA DA ROÇA

De manhãzinha, lá na beira do riacho,

tem um galo que é tão macho,

e que não pára de cantar.

Abro a porteira do barraco que é tão baixo,

olho o mundo e me despacho

para o trabalho executar.

E no caminho, vou pensando nesta vida,

recordando meus amores ,

e o galo a cantar.

Imaginando como a vida é engraçada,

uns tem tanto e outros tem nada,

e o galo a cantar.

E o galo canta...cocoró,

que o galo canta...cocoró,

que a gente canta...cocoró

coró...coró

O vento sopra, a galheira se enrosca,

quase fura minha bota,

continuo a caminhar.

De vez em quando um mosquito me perturba,

penso que a gente madruga,

tenta a vida melhorar.

Tantos problemas, desta vida aqui da roça,

de quem vive na palhoça,

com os filhos para criar.

Mas é difícil porque os homens lá de cima,

não sabem o que é vida dura,

só sabem cocorocar.

E o galo canta...cocoró,

que o galo canta...cocoró,

que a gente canta...cocoró

coró...coró

PÃO COM MORTADELA

Patrão me disse,

para eu Ter produtividade

trabalhar com qualidade

para aumentar a produção.

Patrão me disse,

o custo tá muito alto,

ta tendo muito assalto,

tá sem jeito , sem condição.

Mas meu patrão,

deixa de reclamação,

vamos comigo para o mato,

comer pão com mortadela,

tomar pinga com limão,

e sentado na escada,

vamos tocar violão.

Patrão , quero um fogão de lenha,

um papo com meu irmão,

passear  de caminhão,

e voltar àqueles tempos,

la no meio do sertão.

onde não havia patrão.

PATRÃO

Você diz que eu não sirvo para forjar,

você diz que eu não sirvo para tecer.

Você, faz pouco das minhas qualidades,

mas sei que não é por maldade,

foi a tua condição que te fez assim.

E assim vamos tocando nosso barco,

você la na mansão e eu no barraco.

Degladiamo-nos no espaço,

mas é que tudo é muito escasso,

e que te sobra é o que me falta .

As vezes quando olho toda a filharada,

querendo sapato, escola e de comer.

Eu penso na tua industria, tua invernada,

e até perco a vontade de viver.

Mas quando a noite é enluarada,

eu olho no horizonte e vejo a estrada.

Analiso frio, dou uma gargalhada.

Fico contente:

nós dois vamos morrer...

OPERÁRIO

Sou operário sem medida,

que trabalha noite e dia,

para construir nação,

para recolher impostos,

e para justificar meu pão.

Sou operário da armadilha,

companheiro desta pilha, 

na busca da solução.

Sou operário desgraçado,

sem emprego ou empregado,

na favela do barraco,

ou no barraco do sertão.

Sem justiça e com temor,

vendo filmes de terror,

nas ruas por onde passo,

no meu mundo tão escasso,
ainda esboço amor.

MUNDO QUE EU QUERIA

Mundo sem países

Mundo sem fronteiras

Mundo sem governo

Mundo sem leis

Mundo sem polícia

Mundo sem fiscal

Mundo sem juiz

Mundo sem tribunal

Mundo sem contrato

Mundo sem guerra

Mundo sem arma

Mundo sem inveja

Mundo sem moeda

Mundo sem política

Mundo sem economia

Mundo que eu queria

Mundo da razão

Mundo da ciência

Mundo da emoção

LÍRIOS

Olhai os lírios ,olhai,

e vê como é boa a paz.

Buscar ,progredir ,evoluir é preciso,

porém viver muito mais.

Numa nave que passou,

a lua eu atingi.

Num momento de pavor,

uma bomba explodi.

E foram crianças pr’os ares,

magoando os olhares,

de quem nos criou.

E foram armas p’ro céu,

ameaçando os princípios,

de quem mais amou.

Mas ainda é tempo,

de reconstruir monumentos,

que Deus nos deixou.

Vamos rever todos os planos,

limpar oceanos e os ares do céu.

Reconstruir toda a vida,

e deixarmos assim,

a lei dos lírios vencer

MINHA IGNORÂNCIA

Por muitas vezes caio na ignorância

e admito que problemas são problemas

de soluções impossíveis,

E me deprimo.

Na depressão apega-se a qualquer esperança.

e de repente ela surge de pequenos atos:

um olhar para o céu;

o deparar com uma estrela,

pequena estrela que brilha

independente da crise.

Ah...meu castelo de sonhos...

não passa de aberrações macabras

embutidas mente afora

pelas raízes infames de um materialismo

capitalista, que inibe meu lado otimista,

comunista ,que sabe dividir o todo em partes

um pouco mais iguais.

Vãs preocupações, idiotices...

que me fazem sofrer na busca maluca por inutilidades,

coisa de ignorante, que não entende a grandeza do cosmos.

Alguém tem que me ajudar a crescer,

para não sofrer. 

FONTE DA VIDA

Tu reclamas do vento,

corres contra o tempo,

e esqueces de me ver.

Nas crianças correndo,

nos dias amanhecendo

esqueces de me ver.

Me constrói templos,

mas destrói monumentos

que eu te entreguei.

E te esqueces que toda fonte de vida,

fui eu que criei.

Sou o vento,

que na calada da noite,

te bate a janela,

e te faz reclamar.

Sou as crianças,

as crianças que correm,

correm e dizem verdades ,

que você quer esconder.

Sou jacarés ,

dizimados nos pântanos.

Sou as Baleias,

 espreitadas nos mares.

Sou as diferenças,

e o arco-íris no céu.

E como ousas,

me impor este véu!

                    

MOMENTO FELIZ

Estou feliz ,

porque a vida tem sentido,

porque a vida é um abrigo,

Um canto de morada,

uma gostosa cilada.

Estou feliz,

Pelo sorriso da menina no ponto de ônibus,

Pela roda de pessoas ao meu redor na hora do almoço.

Pelo elogio do chefe, pelo abraço do amigo,

Por estar vivo.

Estou feliz ,

Vem comigo,

Fique feliz.

FÁBRICA

Abre a carcaça,

gira o tampão,

pega a tarraxa,

finca o pinhão.

Dá-lhe tarasca,

dá-lhe peão !

Vida danada,

nesta função.

Todos os santos,

todas as igrejas,

tanta beleza,

e solidão.

Povo apressado,

apavorado,

aporrinhado,

bate cartão.

Vida atrevida,

e tão malvada.

Atrevinhada,

sem pés no chão.

Vida que eu vivo,

tão do barraco,

tão do sarrafo.

Eu sou peão

VENHA VER

Ei você,

debruçado sobre a mesa,

discutindo sobre a importância do menos importante.

Desloque-se para fora do seu mundo,

e venha ver a dureza de cavoucar,

dragar, dirigir, consertar.

Sorrir sem ter dentes,

comer oq eu existe,

onde o cardápio é o que tem.

E onde se bebe muita pinga!

Vem para onde não se anda de avião,

nunca se viu elevador,

nunca se trocou de cargo,

porque nunca se teve cargo para trocar.

Vem, senta-se e observa.

No falar suave,

no jeito em pressa de viver,

o que é sentir,

o que é repartir,

o que é amar!

ANARQUILINA

Bem vindos a anarquilina,

terra boa e água cristalina.

Sem guardas na estrada,

sem político ,sem jornada.

Sem contratos , nem governo,

sem contas a serem pagas.

Bem vindos a anarquilina,

cama e mulher gostosa.

Cobertor cheiroso e quente,

comida sem dor de dente.

Camisola transparente,

e aquele perfume ardente.

Bem vindos a anarquilina,

Saúde, muita saúde.

Mente sã, num corpo são,

sem carro, nem caminhão.

Sem vendas , exportação.

Bem vindos a anarquilina,

qual sorriso de menina,

estampada nas colinas.

De onde venta o amor,

perene com toda a cor.

ANARQUILÂNDIA

Não há governo,

nem  governante!!

Não há poder público,

nem itinerante!!

Não há gasto público,

nem povo pagante!!

Não há leis, nem legislador;

não há judiciário, nem legislativo;

não há deputados, nem senadores

não há juízes , nem doutores,

não há vereadores, nem promotores

não há advogados, nem marginalizados.

A propriedade não é de ninguém,

dinheiro não há, nem banco tem.

Patrão não existe, empregado também;

não há o que roubar, porque nada tem.

Diferença social ,  ambição material ?

nem  a pau!!

Cada qual no seu lugar, sem deslocamento;

todo mundo ensinando, criança aprendendo,

Não há mal para curar, ninguém fica doente;

Todo mundo comendo, todo mundo colhendo.

Mas não existe este tal lugar;

só nas minhas mágoas, na minha mente.

Quem sabe um sábado, ou quem sabe um dia ,

com alegria e muita transparência,

deus possa criá-la e daí pra frente

a vida deixe de ser tão inconveniente.

ME PROCURE

vai por ai

a minha procura,

tenta me encontrar,

quem sabe eu possa voltar.

vai por aí

e não se esqueça que o tempo passou,

que já não sou o mesmo que te amou,

que o meu corpo já adquiriu,

imunidade contra dor.

vai ,ir é sempre melhor que ficar,

quase sempre é bom se mudar,

pois inércia não é revolução,

e revolta é o que faz melhorar.

vai ,chora as mágoas ,me apela, me atrai;

diz que o mundo assim é ruim de mais,

faz a vida mudar para melhor,

faz-me crer que voltar,

é o melhor remédio para sarar.

CRER

Viver de amanhecer e entardecer,

renunciar ao ter.

Sentir, sem ressentir.

Comer e beber,

e crer.

Crer na lua,,

crer na vida,

na natureza,

na criança,

e na mulher.

Não pensar no carro amassado,

no relacionamento acabado,

nem no vidro despedaçado.

Só hoje interessar,

a vida não apressar.

Como se minha mãe existisse,

e me carregasse nos braços.

E me desse mamadeira,

e batesse na madeira,

para espantar todo o mal.

VIDA SEM GRAÇA

Um homem brinca com seu cachorro,

um cachorro brinca com seu homem.

Uma mulher vagueia pela praça...

Um ônibus parte para Piedade.

O homem e a mulher não têm pressa,

E o cachorro vai nessa.

O ônibus tem um destino e quem vai nele também.

Eu aqui observando,

e o sol vai se pondo.

Hoje é quarta , tem jogo, mas é do Corinthians,

e amanhã é quinta.

O coisa mais sem graça,

o vida mais sem vida!

VALE A PENA

Quero voar ,

nas asas do universo feito borboleta.

Usufruir do ar fresco da manhã,

da beleza do céu,

do brilho do sol,

do sorriso da filha

dos olhos da amada.

Estreitar os caminhos,

formular objetivos,

despertar,

caminhar,

viver.

Ao som da suave música

que a natureza canta,

deixar-me embalar num sonho,

descobrindo montanhas,

sobrevoando vales,

até encontrar o mar.

E num relance seguro,

não pensar mais no futuro.

Num repente decretar:

Sou feliz, e a vida vale a pena !

NUM SITIO

Bezerros e ovelhas pastando,

As garças limpando seus lombos

Pássaros cantando

Manhã de sol

Felicidade no ar.

Embora um bezerro lamente

Num mugido triste

A ausência da mãe,

Hoje é um belo dia.

E não importa a economia,

A política

A trama internacional

As leis, a polícia ,o país.

Hoje a paz habita no campo,

Ao som baixo de uma música antiga

Do meus tempos de menino

Roberto Carlos era jovem

Falava de sonhos de amor

Que como os meus passaram.

E agora do alto eu e ele contemplamos

Valeu a pena

Tudo vale a pena

A vida não é pequena.

NÃO SEI DE VOCÊ

Não sei teu nome;

tua profissão, teu endereço;

não sei teu preço,

nem quem são teus pais.

Não sei de que jeito,

trata seus sentimentos,

e se este teu peito,

alguma saudade traz...

Eu não sei

se tú sabes de mim,

e que eu vivo assim,

adimirando a tua graça,

toda manhã quando passa.

SORRIR E CHORAR

Analisa os prós e contras,

e vez se encontra ,

a fórmula sublime,

de ir ou ficar.

Analisa os encantos,

a vida nos cantos,

a busca desenfreada,

o gosto desgostado,

E sorri.

Sorri ,como se feliz fosses,

como se aurora houvesse,

e a solidão não bastasse,

para que a morte viesse.

Sorrindo e chorando,

partindo ou ficando,

vá seguindo.

Como se a vida assim fosse,

Sorrir e chorar,

Partir ou ficar,

Tenta amar.

TANTO TEMPO

Já faz tanto tempo que te conheço;

teu jeito, teu corpo, teu endereço;

teu passo, teu espaço,

teu recomeço.

Já faz tanto tempo que procuro;

uma luz, um fim para o escuro;

uma forma sublime de viver;

algo interessante para fazer.

E no compasso , do espaço , deste teu passo;

eu vi um clarão na solidão,

um pedaço do universo mais coeso;

um gosto, uma vontade, um recomeço.

E já fazem alguns dias que eu me pergunto:

porque esta vontade de estar junto ?

Será que todo este tempo jogado fora;

nos possa conduzir agora,

por este mundão afora,

juntos num mesmo chão.

MANHÃ DE SOLIDÃO

As vezes ao acordar,

sem ter nada p`ra fazer,

sem ter mulher a esperar,

e nem filho p`ra chorar.

É como amanhecer ,sem o mundo acontecer.

A casa não vai trazer,

o que comer ou beber.

Na estante, no chão, no balcão;

nada para cozer ou ler.

Eu subo até o teto,

eu desço até o chão.

O mundo vira pastel,

a cama vira avião.

A parede é um penhasco,

de onde eu me arremesso,

para me estatelar  no chão.

MENINA NA JANELA

Você uma menina na janela ,

e eu um homem que passa.

Pessoas num sábado qualquer.

Você uma menina na janela ,

e eu um homem que passa.

Os outros: vivendo suas vidas.

 

Você uma menina na janela ,

e eu um homem que passa.

Talvez por não ter nada a fazer.

Talvez meu momento fosse este,

talvez este fosse o meu segundo.

Talvez não tivesse virado tanto o mundo,

se tivesse a coragem de dizer,

que o amor da minha vida era você.

PAI

Pai,

a minha vida não deu muito certo,

talvez porque você não estivesse perto,

e a tua força foi o que faltou,

para ser aquilo que um dia eu quis.

Pai,

amei bastante , mas não fui feliz,

talvez porque o destino não quis,

ou foi a falta de capacidade,

de suportar para poder sorrir.

Pai,

tolere um pouco este teu filho errante,

que não foi capaz de dar capim elefante,

para o seu gado engordar e render,

Pai,

este teu filho preferiu exatas,

e descobriu que exatas também mata,

talvez pela falta de sensatez,

pois na vida nem sempre três com três da seis.

Pai,

vou encerrando porque é muito tarde,

e voce me ensinou que tudo é melhor cedo,

e talvez correndo ainda possa dar tempo,

de encontrar aquelas madrugadas,

em que havia um céu enluarado,

e a felicidade de te ter aqui